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Galípolo diz ter 'resistência' a mudanças no IOF, mas elogia 'agilidade' da Fazenda em recuo

As declarações de Galípolo ocorreram durante um seminário de política monetária promovido pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas)

Galípolo diz ter 'resistência' a mudanças no IOF, mas elogia 'agilidade' da Fazenda em recuo

© Agência Brasil

Folhapress
23/05/2025 18:36 ‧ há 16 horas por Folhapress

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (23) que tem uma posição pessoal de "antipatia" e "resistência" a mudanças no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

 

O aumento na tributação, anunciado na quinta (22), gerou uma onda de críticas ao governo Lula (PT) e forçou um recuo do Ministério da Fazenda em parte das medidas.

As declarações de Galípolo ocorreram durante um seminário de política monetária promovido pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) no Rio de Janeiro.

Após discursar por videoconferência, o presidente do BC foi questionado sobre como as mudanças no IOF poderiam afetar o câmbio e se as alterações não abririam brecha para temores em relação ao governo.

"Não está dentro do meu mandato a questão da alíquota do IOF, mas sempre foi minha posição quando disse que não gosto da proposta. Ficou bastante evidente que o objetivo era o objetivo fiscal, da meta de superávit", afirmou Galípolo.

"Mas minha antipatia, resistência, não gostar da ideia de utilizar a alíquota de IOF como expediente para você tentar perseguir a meta fiscal, decorre justamente desse receio que você [mediador do evento] tão bem colocou", acrescentou.

Galípolo, contudo, procurou evitar novas polêmicas. Repetiu a ideia de que o assunto está fora da sua alçada no BC e fez elogios à "agilidade" do Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad (PT), que recuou em parte das medidas anunciadas na quinta (22).

O presidente do BC era aguardado no evento no Rio, mas a participação presencial foi desmarcada nesta sexta. Na abertura do seu discurso, Galípolo relatou que o deslocamento para a capital fluminense seria "pouco adequado" para sua agenda nesta sexta.

"O ponto principal é isso: está claro para todo o mercado que a intenção era um objetivo de ordem fiscal e agilidade com o Ministério da Fazenda atuou para que não tivéssemos maiores problemas", disse.

Haddad afirmou mais cedo que houve troca de informações com o BC sobre as mudanças no IOF, mas não sobre "minúcias" das medidas.

A Folha de S.Paulo já havia apurado que Galípolo é contrário às alterações na tributação e que não foi informado previamente de detalhes da operação.

"Eu converso com o Galípolo frequentemente e disse a ele que íamos tomar medidas com relação à despesa, com relação à receita, mas a minúcia do decreto não a pelo Banco Central", disse o ministro da Fazenda.

Haddad também afirmou nesta sexta que o governo não tem problema em corrigir a rota, "desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido", após a pasta recuar de parte das medidas do IOF anunciadas na véspera.

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