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Augusto Melo questiona inquérito da polícia e diz que não vai renunciar

Gaviões pede afastamento

Augusto Melo questiona inquérito da polícia e diz que não vai renunciar

© Rodrigo Coca / Corinthians

Folhapress
23/05/2025 18:00 ‧ há 18 horas por Folhapress

Esporte

Justiça

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Indiciado pela Polícia Civil de São Paulo, suspeito de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, Augusto Melo reafirmou nesta sexta-feira (23) que não vai se afastar da presidência do Corinthians para se defender das acusações.

 

O cartola, dois ex-dirigentes da equipe do Parque São Jorge e um suposto intermediário são investigados por possíveis irregularidades no contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet.

"Não a pela minha cabeça, em hipótese alguma, renunciar. Esse foi um grande contrato", disse Melo.

"Eu não tenho envolvimento nenhum nisso. Eu confio na Justiça, eu mais do que ninguém, eu quero essa investigação. Eu me coloco à disposição de tudo", acrescentou o mandatário.

Questionado se estaria envergonhado com a situação e preocupado com a possibilidade de que isso possa arranhar a imagem do clube, Augusto Melo preferiu acusar seus opositores. "Eu me sinto envergonhado sim, mas envergonhado pelo que fazem com o Corinthians", afirmou.

Enquanto Augusto Melo dava suas explicações, a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada da equipe, divulgou nota pedindo o afastamento do presidente. O posicionamento representa uma mudança da torcida, que antes apoiava o dirigente, pelo menos, até a conclusão do inquérito.

"Tal medida se faz necessária para preservar a imagem do Corinthians, que deve estar sempre acima de qualquer interesse pessoal, e evitar que os problemas que hoje recaem sobre o presidente impactem ainda mais o clube, que já enfrenta uma grave crise istrativa, financeira e institucional", disse a Gaviões.

Inicialmente marcada para ocorrer no centro de treinamento da equipe, a entrevista de Augusto Melo foi transferida para o auditório da Neo Químa Arena, em Itaquera. Vestido de preto, sem nenhuma referência ao Corinthians, o cartola deu suas explicações sentado à frente de um telão desligado, sem a exibição dos patrocinadores da equipe alvinegra.

Antes da abertura para perguntas, o advogado Ricardo Cury afirmou que o inquérito da Polícia Civil não tem "elementos para indiciar o presidente Augusto Melo".

"Nós examinamos o relatório final do inquérito que tem mais de cem páginas. Há um trabalho do corpo investigativo e o despacho do delegado Tiago. Não tem nada no inquérito. Não tem uma prova sequer que implique o presidente Augusto, não tem nada, nada, nada", acrescentou o defensor.

O inquérito foi concluído na quarta-feira (21). Também foram indiciados o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura, o ex-diretor istrativo Marcelo Mariano e Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, apontado no contrato entre clube e a casa de apostas como intermediário.

Os quatro aguardam agora manifestação do Ministério Público de São Paulo a partir do documento produzido pelas investigações do Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC) e da terceira delegacia, especializada no crime de lavagem de dinheiro.

A partir do inquérito concluído pelo delegado Thiago Fernando Correia, o Ministério Público pode oferecer a denúncia, que será analisada por um juiz. Caso a Justiça aceite, Augusto Melo então vira réu no caso.

De acordo com o inquérito, ao qual a Folha teve o, a polícia concluiu que Alex Cassundé "não foi o intermediário do contrato de patrocínio firmado entre o Sport Club Corinthians Paulista e a empresa VaideBet" e atuou junto a dirigentes do clube para desviar parte do dinheiro do patrocinador.

O texto diz, ainda, que sua inserção de Cassundé não ou de "ardilosa simulação para, inequivocamente, possibilitar que recursos financeiros do clube fosse ilegalmente desviados."

A apuração acrescenta que a inclusão indevida de Alex Cassundé no contrato "foi viabilizada graças à atuação orquestrada e criminosa de Augusto Pereira de Melo, Marcelo Mariano dos Santos e Sérgio Lara Muzel de Moura, dirigente corintianos que, unidos em desígnios e com divisão de tarefas para o fim comum, agiram em conluio e meticulosamente para afastar do negócio aqueles que realmente contribuíram para sua existência", diz outro trecho do inquérito.

A denúncia de que empresas laranjas teriam recebido dinheiro que veio do Corinthians motivou a rescisão do contrato da VaideBet com o clube, em junho do ano ado. O patrocínio da casa de apostas tinha sido o primeiro grande contrato firmado pela gestão de Augusto Melo.

Na próxima segunda-feira (26), a partir das 18h (de Brasília), o Conselho Deliberativo do Corinthians se reúne no Parque São Jorge para votar o impeachment de Augusto Melo. O pedido foi aberto no ano ado por irregularidades no contrato assinado com a VaideBet.

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