SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente Augusto Melo a pelo momento político mais fragilizado desde que assumiu o cargo no Corinthians. Além da oposição, o dirigente também lida com o derretimento da base aliada desde o seu indiciamento, na última quinta-feira (22).
O mandatário foi enquadrado nos crimes de associação criminosa, furto qualificado por abuso de confiança e lavagem de dinheiro. O inquérito que investiga irregularidades no patrocínio da Vai de Bet ao clube tem previsão de encerramento nesta semana.
A reportagem apurou que a notícia caiu como uma bomba para os diretores da atual gestão. A expectativa de que não houvesse implicação ao presidente era um dos trunfos dos parceiros do mandatário.
A reportagem apurou que Wanderson Salles, diretor de marketing, chegou a pedir afastamento diante das provas apresentadas pela investigação. O advogado foi empossado há pouco mais de uma semana, em coletiva na Neo Química Arena.
Outros membros da mesa diretora também ameaçaram "desembarcar" após a notícia. Porém, o intervalo entre o indiciamento e a reunião que votará o processo de impeachment de Melo é considerado muito curto. Caso haja afastamento, os diretores entendem que não seguirão no cargo.
É neste cenário que o Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians votará o impeachment de Melo, na noite desta segunda-feira (26), a partir das 18h (de Brasília). A probabilidade de afastamento preliminar do presidente pelo pleito é alta.
AUGUSTO NÃO VAI ENTRAR COM NOVA LIMINAR
A defesa de Augusto Melo afirmou que não irá acionar novamente a Justiça para tentar barrar a reunião do Conselho. Em dezembro de 2024, o presidente conseguiu uma liminar que suspendeu a assembleia de conselheiros.
Não pretendemos entrar com qualquer ação em nome do presidente Augusto. Precisamos verificar como que a reunião ocorrerá. Há uma série de questionamentos que a defesa deseja fazer no início e não vamos tolerar abusos. Ricardo Cury, advogado de Augusto Melo
Porém, há processos que já estão em andamento. É pouco provável que qualquer um deles caminhe até a próxima segunda-feira. Diante disso, a defesa já prepara a sustentação oral que fará para isentar Augusto de qualquer culpa relacionada aos delitos citados no relatório policial.
Com relação à reunião de janeiro, que foi suspensa, há ações que estão em curso. A defesa pretende demonstrar respeitosamente ao Conselho que não houve ação ou omissão do presidente Augusto no contrato com a Vai de Bet. Isso é bem delicado para o clube, há um litígio formado entre o Corinthians e a empresa. A decisão que o Conselho tomar na segunda-feira repercutirá no litígio entre Corinthians e Vai de Bet. Ricardo Cury