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MC Cabelinho, Erika Hilton, Oruam e outros famosos criticam a prisão de MC Poze

Poze do Rodo foi detido na madrugada de quinta-feira (29), no Rio de Janeiro

MC Cabelinho, Erika Hilton, Oruam e outros famosos criticam a prisão de MC Poze

© Divulgação

Folhapress
30/05/2025 18:15 ‧ há 1 dia por Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A prisão de MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brandon Coelho Couto Silva, gerou forte repercussão nas redes sociais e mobilizou artistas, influenciadores e até parlamentares.

 

O funkeiro foi detido na madrugada de quinta-feira (29), no Rio de Janeiro, sob acusações de apologia ao crime e possível associação com o tráfico de drogas, o que, para muitos, escancara a perseguição à cultura periférica.

Diversas figuras públicas saíram em defesa do cantor, alegando que a operação foi desproporcional e que a criminalização de artistas do funk e do rap reflete um sistema seletivo, que age com mais rigor quando o alvo é negro, pobre e oriundo da favela.

Entre os que se manifestaram está o cantor MC Daniel, que ironizou a prioridade das autoridades: "Parece que foi ele quem roubou o INSS. Se tivessem metade da disposição para prender quem realmente faz coisa errada, o Brasil seria um país de primeiro mundo."

O rapper Oruam, que também já foi alvo de investigações, fez um desabafo contundente: "O Estado está perdendo, e para dar alguma resposta, eles prendem o preto, o pobre, o favelado. Hoje foi o Poze, amanhã pode ser qualquer um de nós."

MC Cabelinho usou os stories do Instagram para criticar o que chamou de "criminalização histórica da cultura preta e periférica". Segundo ele, há dois pesos e duas medidas quando o assunto é retratar a realidade das favelas. "Quando um roteirista escreve sobre um traficante em uma novela, é arte. Quando um MC narra a mesma realidade em uma música, é apologia ao crime", disparou.

O artista também denunciou o modo como Poze foi conduzido à delegacia, relatando que o artista estava descalço, sem camisa e algemado. "Humilharam ele na frente da família. Essa luta não é só sua, é nossa."

A deputada federal Erika Hilton também se posicionou contra a operação. "Esse tratamento que Poze do Rodo recebeu hoje não tem nada a ver com os crimes pelos quais ele é acusado. É só mais uma forma de um sistema extremamente corrupto e criminoso colocar a culpa em alguém", afirmou.

O rapper Orochi, fundador da gravadora Mainstreet Records, que atualmente representa Poze, gravou um vídeo afirmando que não há associação da empresa com o crime. "Não existe lavagem de dinheiro do crime na Mainstreet. Liberdade Poze do Rodo, e obrigado a todos os artistas que se posicionaram. Quem deveria ser tratado dessa forma (como Poze foi) são vários bandidos engravatados por aí -mas esses nunca sofrem nada."

A vencedora do BBB18, Gleici Damasceno, também entrou no debate e questionou a seletividade da Justiça. "Vão prender os envolvidos na máfia dos shows sertanejos superfaturados nas prefeituras do interior? Claro que não. Brancos demais, né?", escreveu ela no X (antigo Twitter).

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