SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O júri de Henrique Otavio Oliveira Velozo, tenente da Polícia Militar preso sob acusação de matar o lutador Leandro Lo em agosto de 2022, foi suspenso na quarta-feira (21) a menos de 24 horas da previsão de seu início.
A medida atendeu a um pedido da defesa de Velozo. Seus defensores protocolaram ação contra o magistrado responsável pela Primeira Vara do Tribunal do Júri, o que foi aceito pelo desembargador Marco Antônio Cogan.
Segundo os advogados, "o juiz determinou, de forma unilateral, às vésperas da sessão, a exclusão dos assistentes técnicos da defesa, que estavam previamente autorizados a participar do julgamento". Um deles seria um perito contratado pelos defensores.
Eles viram um possível desequilíbrio na condução dos trabalhos.
Cogan afirmou em seu despacho ter recebido o documento às 18h05 de quarta. A decisão foi publicada às 19h25.
De acordo com Cogan, os advogados disseram que, caso não fosse suspenso, tal julgamento acarretaria na "nulidade do júri, o que causa imenso dispêndio financeiro e de energia de todos os envolvidos no caso penal".
O novo júri deve ocorrer no início de agosto, quando a morte de Lo completa três anos.
À Folha de S.Paulo a mãe do lutador, Fátima Lo, demonstrou aborrecimento. "Sentimento de indignação (...). Estávamos esperando por justiça. Espero que o tribunal da Polícia Militar demita ele. Seja condenado e vá para uma cadeia comum. Deixe de receber salário de R$ 11 mil."
Leandro Lo tinha 33 anos quando foi assassinado na madrugada do dia 7 de agosto de 2022. Ele estava em um show do grupo de pagode Pixote, no Esporte Clube Sírio, no bairro Planalto Paulista, quando foi baleado na cabeça pelo tenente Velozo.
A investigação aponta que o policial deixou o local e se dirigiu para um prostíbulo. Depois, acompanhado, foi para um motel na marginal Pinheiros.
Ele se entregou à Corregedoria da PM na noite daquele domingo.
O PM está preso de forma preventiva (sem prazo) no Presídio Militar Romão Gomes, destinado a policiais.
Em entrevistas anteriores, o advogado Claudio Dalledone, que representa o policial, afirmou que seu cliente agiu em legítima defesa.