Procurar

Crise social em Madri: centenas moram no aeroporto da capital

AENA, governo e prefeitura divergem sobre responsabilidade; Defensoria cobra solução urgente

Crise social em Madri: centenas moram no aeroporto da capital

© Lusa

Notícias ao Minuto
24/05/2025 05:30 ‧ há 6 horas por Notícias ao Minuto

Mundo

Espanha

Centenas de pessoas, muitas delas com emprego fixo, estão dormindo diariamente no Aeroporto de Madri em uma situação considerada “delicada e grave” por sindicatos, ONGs e pela Defensoria Pública da Espanha.

 

Fotos e vídeos nas redes sociais mostram corredores dos terminais tomados por colchões improvisados e pessoas dormindo, situação que nas últimas semanas levou à remoção desses grupos para áreas menos movimentadas do aeroporto.

O cenário também gerou uma disputa de responsabilidades entre diferentes esferas do poder público — a AENA (empresa estatal que istra o aeroporto), o governo espanhol, a prefeitura de Madri e o governo regional.

De acordo com um estudo do sindicato ASAE e de uma ONG ligada à Cáritas, entre 400 e 500 pessoas dormem todas as noites no aeroporto. Cerca de 38% delas saem de manhã para trabalhar e retornam à noite por não conseguirem pagar um aluguel. A maioria é composta por homens (78%) e estrangeiros (74%), sendo que quase metade já vive na Espanha há mais de cinco anos.

Embora pessoas em situação de rua já utilizassem o aeroporto no ado, o número atual é inédito. Além disso, o perfil é mais diversificado: inclui trabalhadores formais, pessoas com dependência química, transtornos mentais e casos crônicos de vulnerabilidade.

Recentemente, a AENA realocou essas pessoas em um único setor do aeroporto, longe das áreas com fluxo de ageiros, o que gerou aumento de conflitos e preocupações com a segurança. O sindicato AENA pediu que essas pessoas sejam transferidas “para um local digno” com apoio da Defensoria Pública.

O defensor público Ángel Gabilondo tem cobrado uma solução desde março. Esta semana, ele visitou pessoalmente o local e pediu explicações à prefeitura e à AENA.

O presidente da AENA, Maurici Lucena, reconheceu a gravidade do problema, mas responsabilizou a prefeitura de Madri por não oferecer e social adequado. Já o prefeito José Luis Martínez-Almeida alega que não tem autoridade para remover pessoas de uma área federal como o aeroporto, e que parte do problema está ligada ao colapso dos serviços estatais de imigração e asilo.

Apesar das acusações mútuas, prefeitura e AENA se reuniram na quinta-feira (22) e chegaram a um primeiro acordo: solicitar a uma ONG um censo completo das pessoas que vivem no aeroporto. Ambos prometeram colaborar em busca de uma solução.

Enquanto isso, entrou em vigor um controle de o aos terminais entre 21h e 5h, permitindo a entrada apenas de ageiros com bilhete, funcionários e pessoas com comprovante do estacionamento. A medida, autorizada após parecer da Advocacia do Estado, já foi questionada pela Defensoria Pública.

Na primeira noite de controle, 150 pessoas foram impedidas de entrar, e 170 foram identificadas dormindo dentro do aeroporto, segundo o sindicato dos seguranças (UGT).

Leia Também: Fazendeiro branco envia carta a Trump: 'Não temos genocídio na África do Sul'

Partilhe a notícia

Recomendados para você